quinta-feira, 27 de março de 2014

Filosofia



Conhecimento "a priori" e "a posteriori"
Em "A Crítica da Razão Pura" Immanuel Kant aborda alguns aspectos do conhecimento e os distingue, ainda que esta distinção seja feita "mediante uma longa prática que nos habilite a separar esses dois elementos." e os elementos do conhecimento a que Kant se refere são o "a priori" e "a posteriori".



Conhecimento "a priori" e "a posteriori"

Assim inicia Kant, "No tempo, pois, nenhum conhecimento precede a experiência, todos começam por ela." demonstrando que todo conhecimento inicia com a experiência, porém não é porque iniciou com a experiência que dela deve depender, pois "Consideraremos, portanto, conhecimento “a priori”, todo aquele que seja adquirido independentemente de qualquer experiência. A ele se opõem os opostos aos empíricos, isto é, àqueles que só o são “a posteriori”, quer dizer, por meio da experiência." Desta forma, o conhecimento "a priori" mesmo tendo origem na experiência, não é dependente dela, Kant aborda dizendo que "[...] daqui por diante, [...] conhecimento “a priori”, são todos aqueles que são absolutamente independentes da experiência; eles são opostos aos empíricos, isto é, àqueles que só são possíveis mediante a experiência."
Desta forma o conhecimento "a priori" faz parte da razão pura, e é universal e necessário, como por exemplo: O triângulo possui três lados." Esta frase nos faz entender que em qualquer lugar do universo e em qualquer circunstâncias o triângulo possui três lados, assim como: Todo solteiro é não casado; todo corpo possui massa, ou seja, são casos universais e necessários, sendo o que são em qualquer lugar.
Já o conhecimento "a posteriori" é contingente (pode ou não pode ser), pois depende do fenômeno empírico para ser o que é, dependente da experiência e dela é originado, enquanto o conhecimento "a priori" é originado na experiência, mas não dependente dela.
A separação entre estes dois conhecimentos, um "a priori" (originado na experiência, mas não dependente dela) e um "a posteriori" (que é a própria experiência agindo). "Surge desse modo uma questão que não se pode resolver à primeira vista: será possível um conhecimento independente da experiência e das impressões dos sentidos?"
Lembrando que os conhecimentos "a priori" e "a posteriori" servem apenas para conhecimento das coisas que estão no âmbito da física e não metafísica, e ainda que não podemos conhecer as coisas como são em si, mas apenas como aparecem para nós. 
A solução de Kant dificilmente é satisfatória. Ao explicar o caráter necessário e universal das leis científicas Kant tornou-as intersubjetivas: algo que resulta da nossa capacidade de conhecer e não do mundo em si. Quando um cientista afirma que nenhum objeto pode viajar mais depressa do que a luz, está para Kant a formular uma proposição necessária e universal, mas que se refere não à natureza íntima do mundo, mas antes ao modo como nós, seres humanos, conhecemos o mundo. Estavam abertas as portas ao idealismo alemão, que teria efeitos terríveis na história da filosofia. Nos anos 70 do século XX, o filósofo americano Saul Kripke (1940- ) iria apresentar uma solução parcial ao problema levantado por Hume que é muito mais satisfatória do que a de Kant. Kripke mostrou, efetivamente, como podemos inferir conclusões necessárias a partir de premissas empíricas, de modo que a necessidade das leis científicas não deriva do seu caráter sintético a priori, como Kant dizia, mas antes do seu caráter necessário a posteriori.

Frases de Emmanuel Kant
“A felicidade não é um ideal da razão mas sim da imaginação.”
“Quem não sabe o que busca, não identifica o que acha”.
 “Você é livre no momento em que não busca fora de si mesmo alguém para resolver os seus problemas.”
"A amizade é semelhante a um bom café; uma vez frio, não se aquece sem perder bastante do primeiro sabor."
"Acredite em milagres, mas não dependa deles"
"O sábio pode mudar de opinião. O idiota NUNCA."
Fonte: KANT, Immanuel. A Crítica da Razão Pura. Introdução
Org. e Pesq.: Antonio Barboza

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