domingo, 3 de fevereiro de 2013

hISTÓRIA DO RN




Evolução do Ensino e das Escolas no RN
As ordens religiosas, sobretudo a dos jesuítas, foram as instituições que primeiro se dedicaram ao ensino no Brasil. No Rio Grande do Norte, o processo educativo começou quando foram instaladas as vilas, que ficaram sob a administração dos missionários, inclusive com a tarefa da instrução civil e religiosa. As meninas foram excluídas do ensino. Quando as missões religiosas foram extintas, o missionário foi substituído pelo mestre-escola nas sete vilas que existiam no Rio Grande do Norte.
Em 1827, surgiram as primeiras escolas primárias. Foram duas: uma pertencia a dona Francisca Josefa Câmara e a outra, a Francisco Pinheiro Teixeira. As primeiras escolas do interior surgiram dez anos depois: São José de Mipibu, Princesa, Goianinha, Arês, Touros, Mossoró, Acari, Apodi.
Em 1834, o ensino primário foi desmembrado do secundário, e os governos provinciais passaram a manter os cursos chamados de "Humanidades" ou "Aulas Maiores". Basílio Quaresma Torreão fundou o Ateneu que passou a funcionar no dia 3 de fevereiro de 1834. Basílio Quaresma escolheu o nome da escola, da versão portuguesa de Athénaion. Como explicou Câmara Cascudo, "no Ateneu de Atenas os poetas liam os poemas e os historiadores o relato das jornais pelas terras estranhas e misteriosas". O Ateneu passou a funcionar numa dependência do Quartel do Batalhão de Linha, porque o prédio estava desocupado. Foi extinto em 1852. O presidente da Província, Antônio Bernardo de Passos, fez a escola voltar a funcionar em 1856, mas só se considerou a partir de 1º de março de 1859, quando o presidente Nunes Gonçalves instalou-a num edifício novo. No dia 11 de março de 1954, reinstalou-se o Ateneu em um prédio moderno, em forma de X, com um ginásio coberto, para a prática de esportes e de educação física, graças aos esforços do professor Severino Bezerra de Melo, diretor do Departamento de Educação, e do interesse do governador Sylvio Pedrosa, em cujo governo a obra foi concluída. O nome foi modificado para Instituto de Educação porque se pretendia, de fato, fazer funcionar um instituto de Educação, inclusive com um Grupo Escolar Modelo. Essa proposta não foi concretizada na sua totalidade. O Ateneu absorveu tudo. Conforme Chicuta Nolasca Fernandes, "a Escola Normal ocupou uma perninha do X, exatamente onde nem sequer havia sanitários. "Por essa razão, ela desabafou: "A Escola Normal era uma hóspede indesejável no Ateneu". E numa entrevista com Sylvio Pedrosa fez reivindicações. Como conseqüência dessa conferência, o governo construiu outro edifício, destinado à Escola Normal, Escola de Aplicação e Jardim Modelo, formando um novo Instituto de Educação. O ensino que visava preparar professores, para lecionar no ensino primário, teve um começo dos mais difíceis. A primeira Escola Normal, criada pelo presidente João Capistrano Bandeira de Melo Filho, foi inaugurada no dia 1º de março de 1874, funcionando numa dependência do Ateneu, sendo extinta pelo presidente José Nicolau Tolentino de Carvalho. Foram criadas, outras duas escolas normais. Ambas, entretanto, não chegaram a funcionar. A quarta Escola Normal foi a que frutificou, segundo Câmara Cascudo. Fundada em 24/4/1908, como a primeira, anexada ao Ateneu até 1910.
A 2 de janeiro de 1911, iniciou os seus trabalhos no prédio do Grupo Escola Augusto Severo.
Em março de 1966, no governo Aluízio Alves, a Escola Normal, após ser "hóspede" do Instituto de Educação e funcionar na praça Pedro Velho, foi transferida para novas instalações, em Lagoa Nova, com linhas arquitetônicas modernas, passando a se chamar Instituto Presidente Kennedy. Inaugurado quando o senador norte-americano Roberto Kennedy veio a Natal. Revolução no ensino primário, em Natal, foi realizado pela Campanha 'De Pé no Chão Também se Aprende a Ler", na administração Djalma Maranhão (61/64). Em 1962, Djlama Maranhão fundou o Centro de Formação de Professores, com o Ginásio Normal e o Pedagógico. Na administração do prefeito Tertius César Pires Rebello, o Centro passou a se chamar Instituto Municipal de Educação, O ensino normal teve seu grande momento em 1966, quando o professor Alberto Pinheiro de Medeiros, diretor do IME, idealizou uma semana do normalista, promovida em conjunto pelas Escolas Normais de Natal. Contou, de imediato, com o apoio da professora Chicuta Nolasco Fernandes, diretora do Instituto Presidente Kennedy. Participaram do evento o Instituto Municipal de Educação, Instituto Presidente Kennedy, Instituto Nossa Senhora Auxiliadora e o Colégio Imaculada Conceição. A 1ª Semana do Normalista Conjunta , ocorreu no período de 10 a 14 de outubro de 1966. Houve desfile, conferências, debates e jogos. Foi encerrada, solenemente, com um festival artístico, no Teatro Alberto Maranhão. Circulou um jornal. "O normalista", que publicou trabalhos das alunas. Voltando a falar sobre o Ateneu, é preciso dizer que o nome Instituto de Educação teve curta duração. Passou, pouco depois, a se chamar Colégio Estadual do Rio Grande do Norte, porém, no dia 3 de fevereiro de 1959, durante o governo de Dinarte Mariz, recebeu a denominação de Colégio Estadual do Ateneu Norte-Rio-Grandense. Desde os primeiros tempos, o Ateneu se tornou um centro de cultura, como disse Tarcísio Medeiros: "em derredor da vida docente e discente do Ateneu, pode-se dizer sem susto, criou-se e expandiu-se a cultura potiguar. Os alunos graduados por ele formaram instituições outras que existem até hoje. Criaram centros literários, jornais e associações nos quais imprimiram culto de moral e civismo". Após a proclamação da República, o ensino progredia, abrindo, inclusive, novas oportunidades às pessoas do sexo feminino. Em 1903, as primeiras mulheres prestam exames de Humanidades, no Ateneu. Algumas mulheres se destacaram na vida intelectual potiguar: Isabel Gondim, Dionísia Gonçalves Pinto (Nísia Floresta) e Auta de Sousa. O século XX marca o aparecimento de outras escolas. Em Natal: Colégio da Imaculada Conceição (1901), Colégio Diocesano Santo Antônio (1903), Colégio Nossa Senhora das Neves (1932). No interior: Colégio Coração de Maria (Mossoró - 1912), Colégio Santa Terezinha do Menino Jesus (Caicó - 1952), Colégio Santa Águida (Ceará-Mirim - 1937), Colégio Nossa Senhora das Vitórias (Açu - 1927), etc. A 10 de setembro de 1914, foi criada a Escola Doméstica, a primeira do Brasil na sua especialidade, sendo um de seus fundadores, Henrique Castriciano de Sousa e contava no seu corpo docente com professoras francesas, inglesas, norte-americanas e suíças. O corpo discente era formado também por alunas vindas de outros Estados, porém, a maioria das alunas eram jovens de famílias interioranas, filhas de fazendeiros, comerciantes e criadores.
Em 24 de junho de 1917, surgiu uma instituição que desempenhou grande influência na formação moral e cívica da juventude natalense: "Associação dos Escoteiros do Alecrim", fundada por um grupo de idealistas (Luís Soares Correia de Araújo, Elói de Souza, Meira e Sá, Henrique Castriciano, Moisés Soares e Monteiro Chaves). O ensino fundamental começou a ser ministrado no século XX, com a fundação da Escola do Comércio de Natal, no dia 8 de dezembro de 1919. E, sob a inspiração do segundo bispo de Natal. D. Antônio dos Santos Cabral, foi instalada a Escola Feminina de Comércio, que teve uma experiência efêmera. Depois, surgiu outra, que funcionou no Colégio Imaculada Conceição, em 1932. Três anos depois, Mossoró instalava uma escola de comércio. No ano de 1940, o Colégio Nossa Senhora das Neves ganhava a sua. O crescimento do ensino nessa área culminou com a criação de duas escolas de nível superior. Em Natal, foi fundada a Faculdade de Ciências Econômicas e Contábeis (1957). Um pouco depois, 1961, a União Caixeiral de Mossoró fundou a Faculdade de Ciências Econômicas. O primeiro estabelecimento de ensino superior, entretanto, foi fundado em 1923, pelo decreto nº 192: Faculdade de Farmácia, que conseguiu formar apenas dois alunos. Álvaro Torres Navarro e José de Almeida Júnior, fechando logo depois. Um de seus professores, contudo, Varela Miranda, criou um produto que ainda hoje é comercializado com o nome de "Sanarina". Após 1934, o ensino secundário passou por algumas transformações, até chegar o ensino de primeiro grau e de segundo grau. Nessa época, somente os estudantes filhos de pais ricos ou que pertenciam a uma família que tivesse bons recursos financeiros poderiam estudar em faculdades, em outras capitais do Nordeste ou mesmo do Sul do País. Acontece que Natal passou por grande mudanças, devido à Segunda Guerra Mundial, possibilitando, como disse Itamar de Souza, "às elites locais um intercâmbio como personagem de uma cultura, mais cosmopolita. (...) A guerra desprovincializou Natal". Outro fator importante: o movimento operário cresceu no País, com os deputados federais debatendo na Câmara questões sociais, com reflexos no Rio Grande do Norte. Cresceu, em Natal, o prestígio de Café Filho nas classes mais humildes, José Augusto de Medeiros, adversário político de João Café Filho, eleito governador do Estado, criou a 1º de maio de 1925, numa solenidade realizada no Teatro Carlos Gomes (hoje Alberto Maranhão), a primeira universidade popular do Rio Grande do Norte. As aulas eram administradas através de conferências, sendo assistidas por grande número de operários.
Surgiram, posteriormente, as universidades populares de Goianinha e a de Touros, ambas em 1925.
FONTE:  http://tribunadonorte.com.br/especial/histrn/
Org. e Pesq.: Antonio Barboza

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