No ano de 2003, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos
Estados Unidos, publicou uma pesquisa onde questionava sobre o invento
mais importante já desenvolvido. Em um primeiro momento, muitos
suspeitariam que a roda, os modernos aparelhos de comunicação ou
qualquer outra parafernália moderna ganharia o lugar sem maiores
problemas. Entretanto, para surpresa geral, a maioria apontou a escova
de dente como o mais importante invento da História. De fato, a preocupação com a boca e os dentes aparece um dos mais
antigos cuidados da higiene pessoal em diversas culturas. Estudos
arqueológicos recentes encontraram em uma tumba egípcia de cinco mil
anos um artefato que poderia ser visto como a mais antiga de todas as
escovas de dente. Na verdade, o instrumento consistia em um ramo de
planta que teve a sua extremidade toda desfiada até que as fibras
funcionassem como cerdas. Os assírios, reafirmando o pragmatismo daquela nação de guerreiros, já
tentavam resolver o problema usando o dedo para limpar os dentes.
Contudo, outras culturas buscaram hastes, madeiras, ervas e misturas que
pudessem superar os incômodos que a sujeira e o mau hálito sempre
causaram. Por volta do século IV a.C., o médico grego Diocles de Caristo
receitava aos seus pacientes explorarem os poderes aromáticos que as
folhas de hortelã produziam quando esfregadas nos dentes e nas gengivas.
Nos anos em que foi aprendiz do filósofo Aristóteles, o lendário
imperador Alexandre, O Grande, foi detalhadamente orientado sobre como
limpar os dentes, todas as manhãs, com uma toalha feita de linho. Entre
os romanos constata-se o uso de uma mirabolante mistura com areia, ervas
e cinzas de ossos e dentes de animais. O lugar da higiene bucal era tão
expressivo entre os patrícios romanos que se davam ao luxo de terem
escravos incumbidos de realizar esta única tarefa. Por volta de 1490, os chineses inventaram um rústico modelo daquilo que
já poderíamos chamar de escova dental. O protótipo oriental era
constituído por uma haste de bambu ou osso dotada de um feixe de pelos
de porco. Além de ser um artefato muito caro, a escova chinesa acabava
prejudicando seus usuários na medida em que as cerdas de origem animal
mofavam e, por isso, deixam toda a cavidade bucal exposta ao ataque de
fungos. Na Europa Medieval, o cuidado com os dentes já desfrutava de avanços
consideráveis, tendo em vista o grau de elaboração das pastas dentárias.
Entretanto, a cura do mau hálito era medicada com um asqueroso bochecho
de urina. Nessa mesma época, o profeta árabe Maomé (570-633)
recomendava aos seguidores do islamismo a utilização de uma haste de
madeira aromática que, se esfregada várias vezes ao dia, poderia limpar e
clarear os dentes. Chegando ao século XVIII, um prisioneiro britânico chamado William Addis
teve a brilhante ideia de desenvolver a primeira versão moderna de
escova de dente. Primeiramente, ele guardou um pedaço de osso animal de
sua refeição diária. Realizou pequenos furos em uma de suas pontas e
conseguiu algumas cerdas com um carcereiro. Amarrando as cerdas em
feixes minúsculos e fixando-as com cola nos buracos do osso, ele
desenvolveu a tecnologia fundamental do invento. No século XX, vários estudiosos passaram a observar detalhadamente os
elementos constituintes da várias escovas disponíveis no mercado. A
anatomia do cabo, a disposição dos feixes, o processo de desgaste foram
sistematicamente analisados para que o instrumento fosse aprimorado. Nos
fins da década de 1930, a utilização do náilon permitiu que as escovas
realizassem a limpeza dos dentes sem que as gengivas sofressem grandes
agressões. Atualmente, cores, formas e tecnologias transformaram o mercado de
escovas de dente em uma grande incógnita. Entre tantas opções, muitas
pessoas não sabem distinguir qual tipo de escova atende a uma boa
higiene bucal. Geralmente, os odontólogos aconselham o uso de uma escova
que não seja muito grande, possua cerdas macias e que seja regularmente
trocada.
Fonte: http://www.brasilescola.com
Org. e Pesq.: Antonio Barboza
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