A Guerra de Canudos, também conhecida como
Campanha de Canudos, foi um confronto que durou aproximadamente dois anos (1896
e 1987) e teve como participantes o Exército Brasileiro e os membros de um
movimento popular social e religioso, liderado por Antônio Conselheiro. A
guerra aconteceu na cidade de Canudos, no interior da Bahia. A região, na
época, vivia uma acentuada crise econômica e social, em decorrência de grandes
períodos de secas, desemprego, e à decadência dos latifúndios da região, que já
se encontravam improdutivos em sua grande maioria. Neste cenário, uma grande
quantidade de sertanejos começaram a partir para Canudos, cidade então liderada
por Antônio Conselheiro, unidos pela crença em um milagre que salvaria os
habitantes do sertão dos flagelos da natureza e da exclusão social e
financeira.
A reação dos latifundiários
Os
grandes fazendeiros da área, sentindo-se ameaçados, se uniram então à igreja e
criaram um forte grupo de pressão sobre a recém-instaurada República, exigindo
que fossem tomadas as devidas providência contra Conselheiro e seus seguidores.
Foram criados boatos de que Canudos estava se armando para dominar cidades de
seus arredores e partir em direção à capital, na intenção de depor o atual
governo republicano e reinstituir a monarquia.
A intervenção do exército
Mesmo não
havendo prova alguma de tais rumores, o Exército foi destacado e enviado para
Canudos. As três primeiras expedições militares contra Canudos saíram de lá
derrotadas, e o poder de batalha encontrado na situação acabou apavorando a
opinião pública, que passou a exigir a destruição total do arraial, o que
legitimou um massacre de até 20 mil sertanejos. No fim da guerra, Canudos
estava completamente destruída, muitos prisioneiros de guerra foram degolados e
as casas do arraial foram todas incendiadas.
Quem foi Antônio Conselheiro?
Mais importante personagem da guerra, Antônio
Vicente Mendes Maciel nasceu em Quixeramobim (CE) numa tradicional família dos
sertões. Foi comerciante, professor e advogado e, após ser abandonado pela
esposa, vagou pelos sertões durante 25 anos. Chegando em Canudos, conquistou a
confiança de milhares de pessoas, propagando seus ideais de que a República,
recém-implantada no país, era a materialização do reino do Anti-Cristo na
Terra. Características do governo republicano como a cobrança violenta de
impostos, a institucionalização do casamento civil e a separação entre o Estado
e a Igreja eram citadas constantemente como provas cabais de que o “fim do mundo
estava próximo”.
O
conflito de Canudos foi responsável pela mobilização de aproximadamente 12 mil
soldados vindos de 17 estados do Brasil, divididos em quatro expedições
militares. Após o fracasso das três primeiras expedições, em 1897 os militares
do quarto grupo destruíram completamente o arraial, ocasionando a morte de
aproximadamente 25 mil pessoas. Um dos retratos mais bem realizados das
situações inerentes ao conflito foi criado pelo jornalista e escritor Euclides
da Cunha, em seu romance Os Sertões.
Fonte: http://www.zun.com.br
Org. e Pesq.: Antonio Barboza