IDADE MODERNA
SEXO, AMOR E TRAIÇÃO
Liberdade sexual aumentou, mas leis para punir traição ficaram bizarras na Idade Moderna.
PAQUERA
A paquera às moças solteiras tinha até data para acontecer. Nas noites de 30 de abril, árvores parecidas com pinheiros, chamada maio, eram plantadas diante das casas das moças casadoiras. As plantas tinham significado: as plantas espinhosas eram dedicadas às garotas orgulhosas e o sabugueiro, que exala mau odor, era uma forma de debochar das pobrezinhas.
AMOR
Na Idade Moderna, começaram a ser mais comuns os casamentos por amor, e não apenas por interesse. O hábito de trocar cartas entre os apaixonados tornou-se comum. Muitas vezes, as cartas tinham códigos secretos e ininteligíveis - o rei Henrique IV, que governou a Inglaterra de 1399 a 1413, usava, por exemplo, o $ em seus textos quando queria esconder algo.
CASAMENTO
De 1545 a 1563, o Concilio de Trento tornou a Igreja a responsável pelo casamento – antes, os casamentos eram só civis, e aconteciam em casa mesmo. A partir daí, passaram a acontecer diante de um membro da igreja. Com a Reforma Protestante, houve novidades nesse segmento: o rei Henrique VIII, da Inglaterra, rompeu com a igreja Católica e fundou a Anglicana em 1534 apenas para poder se divorciar e se casar com outra mulher. E os anabastistas, outra denominação protestante surgida na época, defendiam a poligamia.
Rei Henrique VIII
POSIÇÕES
No século 16, o pintor italiano Giulio Romano pintou uma série de 16 desenhos para um livro de sonetos obscenos de Pietro Arentino, retratando várias posições sexuais. Em um dos quadros, um homem de joelhos segura uma mulher, que está na diagonal e com uma das pernas sobre seu pescoço! A série acabou confiscada pela igreja em 1524.
E O KAMA SUTRA ORIGINAL?
Due Amanti, de Giulio Romano
As pinturas de Giulio Romano são fichinha comparadas ao Kama Sutra, que foi escrito provavelmente entre os séculos 3 e 4, mas só foi popularizado no Ocidente a partir de 1883, quando ganhou uma tradução em inglês. O livro contém a descrição de 529 posições sexuais. Há desde posições complexas, como o Ato das Cabras, em que vários homens transam com uma mulher, a situações “simples”, como abraços e estrega-esfrega.
HOMOSSEXUALIDADE
Mesmo com a pena de morte por enforcamento, os homossexuais não deixavam de sair do armário. No século 18, começaram a surgir vário bordéis masculinos na Inglaterra, as “molly houses” (“molly” era a palavra em inglês para “efeminado”). Mas eles funcionavam na surdina. Em 1726, Margaret Clap, dona de um deles, foi descoberta e condenada a dois anos de prisão.
Gravura que representa um bordel para homossexuais masculinos em Londres na época vitoriana.
PROSTITUIÇÃO
As prostitutas eram chamadas de cortesãs e seus quartos eram cheios de pentes, caixas de pó e frascos de perfume. Havia dois tipos de cortesãs. Algumas atendiam em casa (geralmente, depois da morte do chefe de família, quando ficavam sem dinheiro para o sustento) e tinham uma agente, a alcoviteira, que buscava clientes nas ruas. Havia ainda as que trabalhavam em bordéis, tabelados pelo estado.
Alcoviteira
PORNOGRAFIA
Quem estudou a Idade Moderna na escola já ouviu falar de Rousseau e Voltaire. O que os professores não contam é que esses intelectuais também escreviam pornografia! Na era moderna, tornaram-se comuns livros de contos eróticos. Voltaire escreveu o livro Candide, que tem alguns textos eróticos, Diderot fala de sexo em Les bijoux indiscrets, e Montesquieu também resvala no assunto em Le temple de Cnide.
LEIS
As leis da Idade Moderna mais humilhavam que puniam. O adultério, por exemplo, era “punido” na França com um desfile dos maridos traídos e das mulheres traidoras! Os homens eram obrigados a montar um asno e passear pela cidade usando chifres, e as mulheres adúlteras também tinham que montar em um asno, besuntadas de mel e cobertas de penas, com um cesto na cabeça!
CIÊNCIA
Como os conhecimentos sobre sexo evoluíram na Idade Moderna:
1495 – soldados franceses em Nápoles dão sinais de tumores genitais. É o início da sífilis na Europa.
1527 – é empregada pela primeira vez a expressão “doença venérea” por Jacques Bethercourt.
1550 – por volta dessa data, o médico italiano Gabriel Fallopius descreveu os órgãos reprodutivos femininos, e um deles ganhou seu nome: as trompas de Falópio, hoje chamadas de tubas uterinas.
1550 – A invenção da camisinha moderna também é creditada a Fallopius e ocorreu nessa década. Ele que recomendava o uso de um envoltório de linho sobre a glande para evitar a disseminação da sífilis.
1554 – o médico alemão Johannes Lange descreve uma doença bizarra: a clorose, que atacava quem não fizesse sexo! Entre os sintomas, letargia e palidez. O tratamento: sexo, claro.
1595 – invenção do microscópio moderno na Holanda; ele ganha esse nome somente em 1625, com Galileu Galilei.
1677 – O holandês Antoine van Leeuwenhoek descobre o espermatozóide.
Fonte: professor-josimar.blogspot.com
Org. e Pesq.: Antonio Barbosa
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