Em 1940, realizou-se no México o primeiro Congresso Indigenista Interamericano que contou com a presença de autoridades de vários países das Américas e líderes indígenas. Como resultado, criou-se, em 1943, pelo presidente Getúlio Vargas através do decreto-lei 5540, a data que comemora o dia do índio no Brasil: 19 de abril. O dia do Índio tem como função relatar os direitos indígenas e faz com que o povo brasileiro saiba da importância que eles têm na nossa história. Um povo que foi massacrado, humilhado e escravizado pelos colonizadores. Os Índios tem grande importância no contexto histórico do Brasil. Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia). Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural. No entanto deixaram forte herança na culinária brasileira, e tantos outros conhecimentos para a produção de chás e bebidas fermentadas. Exemplo: O amplo conhecimento da produção de bebidas fermentadas a partir de tubérculos, raízes, folhas, sementes e frutos como o abatiui (milho), beeutingui (farinha de mandioca), cachiri (mandioca, batata doce ou inhame), cacimacaxera (mandioca), caiçuma (mandioca e frutos), caoi (fruto de Acaijba), catimpuera (milho), caxiri (buriti), caviracaru (mandioca), caxiri (mandioca), '''cauim''' (nome genérico para várias bebidas fermentadas à base de milho, mandioca, cajú, batata, amendoim, banana, ananás, etc.) eivir (farinha de milho), giroba (mandioca), guariba (mandiocaba ou mandioca doce), ivir (milho), jetiuy (batata), manavy (ananás), mocororó (arroz ou mandioca), nanaí (abacaxi), oloniti (milho), pacobi (frutos de pacobete e pacobuçu), pacouy (mandioca), pajaurú (beiju), pajuarí (frutos fermentados), tarubá (beiju), tepiocuy (beijú), tiborna (mandioca), tikira (beijú), tipiaci (farinha de mandioca), tucanaíra (mel de abelhas, saburá de favos e água), [16]
· Deixaram forte herança na culinária brasileira, com pratos à base de mandioca, milho, guaraná e palmito, tais como pamonha e biju; a arte indígena também foi assimilada à brasileira em objetos; uso de redes e jangadas, canoa, armadilhas de caça e pesca; no vocabulário: em topônimos como Curitiba, Piauí etc., em nomes de frutas nativas ou de animais como caju, jacaré, abacaxi, tatu. E deixaram nos brasileiros hábitos como o uso do tabaco e o costume do banho diário.
· Da culinária indígena à base de mandioca foram adotadas a farinha fina, de carimã, o mingau e o beiju, também chamado de tapioca. O beiju simples é um bolo de massa fresca, úmida, passado pela urupema (peneira de fibras vegetais) para formar grumos, que devido ao calor ficam ligados; o beiju-ticanga, feito de massa de mandioca mole e seca ao sol; o beijuaço, redondo, feito como o beiju-ticanga, mas seco no forno; o beijucica feito de massa de macaxeira, em grumos bem finos; o beiju de tapioca, de tapioca umidecida, saindo da urupema em pequeninos grumos e quando pronto é enrolado; o caribé, que é o beijuaço posto de molho e reduzido a massa que, quando água é acrescentada, forma um tipo de mingau; o curadá, um beiju grande, feito de tapioca umidecida, em grumos maiores, levando castanha crua, depois sendo enrolado.[17]
· Dos alimentos vegetais herdados dos indígenas, além da mandioca e do milho incluem-se a batata-doce, cará, pinhão, cacau e amendoim. O caruru, a serralha e o palmito foram também introduzidos por eles. Quanto a frutos, os mais comuns são o mamão, o araçá e o caju,
Fonte: historiadobrasil.net
Org. e Pesq.: Antonio Barbosa
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