Organização: Antonio Barbosa
Alberi, muitos gols e títulos por muito pouco dinheiro
Alberi, muitos gols e títulos por muito pouco dinheiro
Everaldo Lopes - repórter e pesquisador
Quando o pernambucano Alberi Ferreira de Matos chegou para o ABC trazido pelo vice de futebol do Alvinegro - José Prudêncio Sobrinho, coincidência ou não, era o dia do seu aniversário, estava completando 23 anos, ou seja, 29 de janeiro de 1968. Alberi nasceu dia 28 de janeiro de 1945. Bem ao contrário dos dias atuais, quando o jogador chega há um demorado preparativo para o dia da estreia, uma série de exames, radiografia, preparação junto à mídia, registro do contrato e todo um ritual, o jovem craque quase saído dos juniores, com 23 anos mostrou seu futebol no dia seguinte enfrentando seu ex-clube - o Santa Cruz, para ser mostrado à "frasqueira". O resultado não poderia ser mais impróprio, isto é,contra seu ex-clube. O placar foi de 3x2 para o Tricolor, Alberi fez um dos gols do ABC.
Quando o pernambucano Alberi Ferreira de Matos chegou para o ABC trazido pelo vice de futebol do Alvinegro - José Prudêncio Sobrinho, coincidência ou não, era o dia do seu aniversário, estava completando 23 anos, ou seja, 29 de janeiro de 1968. Alberi nasceu dia 28 de janeiro de 1945. Bem ao contrário dos dias atuais, quando o jogador chega há um demorado preparativo para o dia da estreia, uma série de exames, radiografia, preparação junto à mídia, registro do contrato e todo um ritual, o jovem craque quase saído dos juniores, com 23 anos mostrou seu futebol no dia seguinte enfrentando seu ex-clube - o Santa Cruz, para ser mostrado à "frasqueira". O resultado não poderia ser mais impróprio, isto é,contra seu ex-clube. O placar foi de 3x2 para o Tricolor, Alberi fez um dos gols do ABC.
arquivo/tnAlberi desfilou qualidade e muita habilidade pelo ABC, onde viveu a melhor fase de sua carreira
Desinibido, mostrando logo de cara o seu talento, o novo camisa oito do ABC agradou bastante ao torcedor que foi ao "Juvenal Lamartine". É que, em 1968 o Machadão estava ainda nas escavações para o início da obra. Foi em maio de 67 que a prefeitura deu a largada para o colosso de Lagoa Nova, inaugurado quatro anos depois. Àquela altura, Alberi já era ídolo de verdade, o ABC tinha sido campeão de 70 e 71 no velho "JL" e em 72 e 73 já no belo gramado do estádio Castelão, 16 anos depois ganhando o aumentativo de Machadão.
Depois do ABC, Alberi resolveu mudar de ares. Fosse nos dias de hoje, com a idade que estava, 28 anos, podia ainda tomar o rumo de um grande do Rio, São Paulo, talvez Minas ou o Rio Grande. Pode ter sido até um erro, já que seguiu para o norte, indo defender o Rio Negro. O clube amazonense havia jogado em Natal como integrante do grupo dos grandes. É bem verdade que não havia ainda as séries A, B e C, mas um misto de Taça de Prata, Taça de Ouro, módulos amarelo, verde, azul, uma miscelânea.
Roda viva e a bola de prata
Apesar de amado pela torcida alvinegra, Alberi era um eterno insatisfeito com o salário que recebia diante do grande futebol que jogava. Havia sido eleito para a Bola de Prata de 72, logo no ano da estreia do ABC no antigo Campeonato Nacional. Lá estava o camisa oito no meio dos cobrões eleitos para a Bola de Prata da revista Placar. É bem verdade que, nos votos da crônica potiguar Alberi só teve 10 em todas as partidas. No final da competição, Alberi viajou para receber sua "Bola", tendo ao lado outro potiguar: Marinho Chagas, na época camisa seis do Botafogo/RJ. O time foi este: Leão, Aranha, Figueroa, Beto e Marinho Chagas, Piazza, Ademir da Guia e Paulo César "caju", Osny, Alberi e Zé Roberto. O ABC patrocinou o "terno" confeccionado especialmente para o seu camisa oito famoso, uma loja famosa de Natal doou a valise, outra o sapato, o vice Prudêncio foi deixar Alberi no aeroporto. O prêmio não era em dinheiro, mas a bola de prata, que o jogador guarda até hoje com muito carinho.
Depois do ABC, Alberi resolveu mudar de ares. Fosse nos dias de hoje, com a idade que estava, 28 anos, podia ainda tomar o rumo de um grande do Rio, São Paulo, talvez Minas ou o Rio Grande. Pode ter sido até um erro, já que seguiu para o norte, indo defender o Rio Negro. O clube amazonense havia jogado em Natal como integrante do grupo dos grandes. É bem verdade que não havia ainda as séries A, B e C, mas um misto de Taça de Prata, Taça de Ouro, módulos amarelo, verde, azul, uma miscelânea.
Roda viva e a bola de prata
Apesar de amado pela torcida alvinegra, Alberi era um eterno insatisfeito com o salário que recebia diante do grande futebol que jogava. Havia sido eleito para a Bola de Prata de 72, logo no ano da estreia do ABC no antigo Campeonato Nacional. Lá estava o camisa oito no meio dos cobrões eleitos para a Bola de Prata da revista Placar. É bem verdade que, nos votos da crônica potiguar Alberi só teve 10 em todas as partidas. No final da competição, Alberi viajou para receber sua "Bola", tendo ao lado outro potiguar: Marinho Chagas, na época camisa seis do Botafogo/RJ. O time foi este: Leão, Aranha, Figueroa, Beto e Marinho Chagas, Piazza, Ademir da Guia e Paulo César "caju", Osny, Alberi e Zé Roberto. O ABC patrocinou o "terno" confeccionado especialmente para o seu camisa oito famoso, uma loja famosa de Natal doou a valise, outra o sapato, o vice Prudêncio foi deixar Alberi no aeroporto. O prêmio não era em dinheiro, mas a bola de prata, que o jogador guarda até hoje com muito carinho.
Urucubaca?
Apesar de todo prestígio adquirido, havia uma "urucubaca", pois nenhum clube dos considerados grandes chegou com uma oferta tentadora para levar o craque. Em parte, deve-se também ao fato de não haver a figura do empresário para promover o atleta, não existiam os vídeos mostrando os belos gols do jogador alvinegro, como hoje ocorre com qualquer "jogueiro". Bem diferente dos dias atuais,, quando negociam gato por lebre. Os anos foram avançando, e Alberi jamais fez um bom pé-de-meia. Não teve a sorte de se apresentar no Maracanã ou Pacaembu, já que praticamente todos os jogos do ABC foram em Natal, e quando saía era para capitais nordestinas. O ABC ficou afastado do Campeonato Nacional, de 73 a 76. Isso foi ruim pra ele. Depois, transferiu-se para o América/RN e foi campeão em 77 com a jaqueta vermelha. Ainda retornou ao ABC, porém sem o brilho dos seus primeiros anos no alvinegro.
O pesquisador Newton Alves, que tem arquivada toda a trajetória do antigo ídolo, também é de opinião que Alberi nasceu geograficamente errado, ou seja, se fosse carioca, mineiro, paulista ou gaúcho, com certeza teria garantido um belo futuro jogando por um grande, quem sabe um São Paulo, Palmeiras ou Santos, Cruzeiro ou Atlético, Flamengo, Vasco, Botafogo ou Fluminense. Tinha futebol pra isso. Nos dias atuais, facilmente seria chamado para jogar no exterior.
Por onde andou, fez gols, com a maior quantidade no ABC, assinalando 81 gols nas redes adversárias, enquanto no América, entre 76 e 77 fez 35, com um total de 283 gols na sua carreira. Foi goleador do Estadual de 1970 com 21 gols, e em 72 com apenas 10, num campeonato muito curto.
No livrete "Guia Esportivo de uma Paixão", lançado dois meses atrás pelo pesquisador Newton Alves, ele registra mais detalhadamente os gols do antigo ídolo. Pode ser encontrado em várias bancas, inclusive "Tio Patinhas, no Grande Ponto.
Excursão
Em 1972, Alberi fez parte da longa excursão do ABC por vários países da Europa e África, ou seja Turquia, Grécia, Áustria, Iugoslávia, Líbano, Etiópia, Somália, Uganda e Tanzânia. Alberi fez vários gols nessa excursão, que durou 104 dias. Hoje, é aposentado como servidor municipal e pelo INSS. O melhor contrato de Alberi foi em 1973, quando o ABC lhe deu um fusca, zero, como luvas, no outro ano ganhou uma casa, e salário de CR$ 4 mil. Nunca teve um salário invejável, como merecia. A revista Placar chegou a publicar uma longa matéria, cujo título era: "Alberi, um deus?". (Everaldo Lopes, colaboração de Newton Alves.)
Apesar de todo prestígio adquirido, havia uma "urucubaca", pois nenhum clube dos considerados grandes chegou com uma oferta tentadora para levar o craque. Em parte, deve-se também ao fato de não haver a figura do empresário para promover o atleta, não existiam os vídeos mostrando os belos gols do jogador alvinegro, como hoje ocorre com qualquer "jogueiro". Bem diferente dos dias atuais,, quando negociam gato por lebre. Os anos foram avançando, e Alberi jamais fez um bom pé-de-meia. Não teve a sorte de se apresentar no Maracanã ou Pacaembu, já que praticamente todos os jogos do ABC foram em Natal, e quando saía era para capitais nordestinas. O ABC ficou afastado do Campeonato Nacional, de 73 a 76. Isso foi ruim pra ele. Depois, transferiu-se para o América/RN e foi campeão em 77 com a jaqueta vermelha. Ainda retornou ao ABC, porém sem o brilho dos seus primeiros anos no alvinegro.
O pesquisador Newton Alves, que tem arquivada toda a trajetória do antigo ídolo, também é de opinião que Alberi nasceu geograficamente errado, ou seja, se fosse carioca, mineiro, paulista ou gaúcho, com certeza teria garantido um belo futuro jogando por um grande, quem sabe um São Paulo, Palmeiras ou Santos, Cruzeiro ou Atlético, Flamengo, Vasco, Botafogo ou Fluminense. Tinha futebol pra isso. Nos dias atuais, facilmente seria chamado para jogar no exterior.
Por onde andou, fez gols, com a maior quantidade no ABC, assinalando 81 gols nas redes adversárias, enquanto no América, entre 76 e 77 fez 35, com um total de 283 gols na sua carreira. Foi goleador do Estadual de 1970 com 21 gols, e em 72 com apenas 10, num campeonato muito curto.
No livrete "Guia Esportivo de uma Paixão", lançado dois meses atrás pelo pesquisador Newton Alves, ele registra mais detalhadamente os gols do antigo ídolo. Pode ser encontrado em várias bancas, inclusive "Tio Patinhas, no Grande Ponto.
Excursão
Em 1972, Alberi fez parte da longa excursão do ABC por vários países da Europa e África, ou seja Turquia, Grécia, Áustria, Iugoslávia, Líbano, Etiópia, Somália, Uganda e Tanzânia. Alberi fez vários gols nessa excursão, que durou 104 dias. Hoje, é aposentado como servidor municipal e pelo INSS. O melhor contrato de Alberi foi em 1973, quando o ABC lhe deu um fusca, zero, como luvas, no outro ano ganhou uma casa, e salário de CR$ 4 mil. Nunca teve um salário invejável, como merecia. A revista Placar chegou a publicar uma longa matéria, cujo título era: "Alberi, um deus?". (Everaldo Lopes, colaboração de Newton Alves.)
Fonte retirada do Jornal Tribuna do Norte--RN
Lindo...fenomenal o seu blogue
ResponderExcluirOlá, passei lendo
Estou lhe convidando a visitar, o meu. Bem simples, por sinal, e se possivel seguirmos juntos por eles. Estarei grato esperando por voce, lá
Um abraço.